Com sua "Born This Way Ball", turnê que abrange seus dois discos lançados, Gaga provou ao vivo o que todo mundo já sabe: ela é extravagante, provocativa, talentosa, esquisita e gosta de chocar. Da famosa "roupa de carne" à cena em que simula seu próprio nascimento em "Born This Way", Gaga se divide entre a ousadia improvisada e os discursos contra marginalização e discriminação, mas brilha mesmo quando se dedica a momentos solos para mostrar o alcance de sua voz sem ajuda de efeitos.
Às vésperas do Halloween, Gaga antecipou a comemoração para os cerca de 15 mil portorriquenhos. Junto às tradicionais vestimentas que reproduzem diversas fases da cantora, a plateia ficou dividida por roupas de bruxas, fadas ou até personagens de games. Foi uma enorme festa à fantasia guiada por uma inspirada líder, que em certo momento se transformou em Mother G.O.A.T. (sigla para território alien pertencente ao governo) para lembrar que "não é humana" e, em forma de alien, cantar "Government Hooker".
O espetáculo, de pouco mais de duas horas, passa por variadas mudanças de figurinos --foram quase 20 trocas de roupa--, mas há sempre uma performance de dançarinos para entreter o público. Gaga, por outro lado, parece correr o risco de se perder dentro do próprio show: em "Just Dance" ou em "Paparazzi", por exemplo, ela passa mais tempo escondida atrás do cenário do que na frente do palco.
Gaga quer representar a si mesma como múltiplas personalidades. Ela fragmenta sua identidade em tantas versões e homenagens que por vezes parece faltar justamente ser a sua própria referência. Por isso certos quadros de seu show se equilibram entre o excitante, como no megahit "Bad Romance", e o dispensável, como a cansativa "Love Game".
A primeira parte do show teve sua expressão maior numa ininterrupta freqüência de batidas sincronizadas e coreografias elásticas mantidas por músicas como "Black Jesus + Amen Fashion" ou a perturbadora "Blood Mary". Mas o grande destaque do show foi quando Gaga deixou de lado parte da superprodução e, sozinha ao piano montado em cima de uma motocicleta, exercitou suas extravagâncias vocais numa bela versão para "Hair", acompanhada de um fã escolhido na plateia.
O espetáculo seguiu poderoso quando ela emendou "You and I" junto com os músicos no palco, como se fosse um astro do rock. A banda que acompanha Gaga na turnê fica posicionada em lugares estratégicos do castelo, e pouco aparece --nem mesmo é apresentada ao público, mas tem destaque fundamental ao dar mais peso e corpo às canções pop da cantora. Tudo funciona como uma ópera-pop de dance music.
Respeitosa com seus admiradores, Lady Gaga chamou ao palco, durante o bis, um grupo de fãs para cantar "Marry the Night". Com eles, ela sumiu de cena, numa plataforma móvel que os levou para debaixo do palco e, de lá, para seu camarim. Segundo ela, "nós compartilhamos a mesma esperança, o mesmo planeta. Eu desembarquei aqui hoje para servir de inspiração na música, moda, maquiagem, casamento e todo o amor que puder existir".
Com muitos discursos na ponta da língua, Gaga fala diretamente com o público que a cerca, formado em sua grande maioria por crianças e adolescentes, ainda que suas mensagens envolvam sexualidade ou que suas danças não tenham qualquer pudor. No palco, Gaga é apenas uma jovem rebelde de 26 anos.
Veja as músicas que Lady Gaga cantou em San Juan:
“Highway Unicorn (Road To Love)”
"Government Hooker"
"Born This Way"
"Black Jesus + Amen Fashion"
"Bloody Mary"
"Bad Romance"
"Judas"
"Fashion of His Love"
"Just Dance"
"Love Game"
"Telephone"
"Heavy Metal Lover"
"Bad kids"
"Hair"
"You & I"
"Electric Chapel"
"Americano"
"Poker face"
"Alejandro"
"Paparazzi"
"Scheibe"
bis
"The Edge of Glory"
"Marry the Night"
Fonte:Tribuna Hoje
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